A literatura timorense tem uma rica história influenciada pelas culturas e sociedades locais, bem como pelos escritores e viajantes estrangeiros que visitaram a ilha ao longo da história. Os primeiros relatos escritos sobre a ilha e seus habitantes foram deixados por chineses, malaios e javaneses, já que os timorenses não conheciam a escrita. Com a chegada dos portugueses, no início do século XVI, principalmente através de missionários católicos, começaram a surgir monografias, memórias, dicionários e livros de orações em línguas locais escritos por religiosos, militares, administradores, viajantes e deportados.
Entre os autores timorenses notáveis, destaca-se Fernando Sylvan, também conhecido como Abílio Leopoldo Motta-Ferreira, considerado o mais representativo poeta de Timor. Embora tenha sido levado para Portugal ainda criança, nunca perdeu a conexão emocional com sua terra natal, que foi uma constante em sua poesia, juntamente com temas universais como a celebração do amor e da mulher amada. Ele também foi um intelectual engajado, ocupando o cargo de Presidente da Sociedade da Língua Portuguesa por muitos anos. Sua obra poética mais importante está reunida no livro “A Voz Fagueira de Oan Tímor”. Sylvan faleceu no Natal de 1993.
Luís Cardoso, sob o pseudônimo “Takas”, é outro autor timorense notável, considerado o mais genial dos autores do país. Ele possui três romances publicados, além de colaboração dispersa por vários jornais e revistas. Seus romances incluem “Crónica de uma travessia – A época do ai-dik-funam”, “Olhos de Coruja, Olhos de Gato Bravo”, e “A última morte do Coronel Santiago”.
Outros autores timorenses notáveis incluem Borja da Costa, autor do hino nacional timorense, e Xanana Gusmão, que, além de ter sido presidente de Timor-Leste entre 2002 e 2007, também é um escritor renomado, tendo publicado “Mar Meu – Poemas e pinturas”
A literatura escrita por timorenses tem sido, com poucas exceções, em língua portuguesa, mas é esperado que a geração atual comece a produzir uma literatura pujante em tétum, língua nacional de Timor-Leste. A literatura timorense oferece um retrato multifacetado da vida e das tradições em Timor, bem como dos conflitos e tensões culturais e políticas que moldaram a história da ilha.